* por Edmundo Floss
Seu funcionário neste momento pode estar contando as horas para que o expediente termine. Pode também estar calculando quando será o próximo feriado. Pensa em levar para o emprego aquele trabalho escolar que não fez em casa. Pensa em utilizar a internet do escritório pois não irá ter que pagar por ela. Mas pensa também em trabalhar.
Não é preciso ter uma bola de cristal para saber o que um funcionário tem na mente. Ele é igualzinho a todos, afinal é um ser humano. Pensa em se aposentar, relembra momentos agradáveis em casa e com os colegas, se preocupa com a dívida no fim do mês e espera, sempre, num reconhecimento de seu superior.
Muitas vezes o patrão esquece que uma equipe vive de vários membros e passa a investigar a rotina do escritório. È esse patrão quem colabora pela desunião dos seus subordinados, auxilia na criação de fofocas e esquece-se de elogiar os funcionários. Autocríticas assim são comuns de não existirem.
Numa empresa, a intenção é atingir metas. Elas são estabelecidas e seus executores são cobrados para que sejam alcançadas. É claro que a força motriz dos funcionários não é apenas coordenada pela sustentação financeira. Prêmios ao final do mês, melhoria salarial, benefícios ou meros elogios verbais satisfazem as pessoas.
Vivemos hoje num mundo no qual esquecemos dos elogios, do “bom dia”, da “boa tarde”, do “como você está bem vestido(a)”. O funcionário que veste a camisa da empresa busca credibilidade como membro de uma equipe para com a organização.
Ser um superior respeitado - note que não identifico-o como líder - é preciso saber muito bem distinguir o apoio moral da desmotivação, a pressão necessária da abusiva.
O homem nasceu para ser sociável. O trabalho traz desgaste, injúria, compensação. Tanto o administrador quanto o funcionário devem saber como administrar tudo isso. Para isso, é necessário transparência, confiança e respeito como preceitos fundamentais para o sucesso organizacional.
O administrador tem que conhecer o que acontece ao seu redor. Deve ser imparcial. Saber criticar e cobrar quando necessário e motivar a equipe sempre. Um funcionário descontente que deixa uma empresa propaga como se fosse seu pior inimigo. Quantas vezes não corremos atrás de consertar coisas que amigos, que trabalham em outras empresas, ouviram falar por fofocas e checaram com nós sua veracidade ?
Para arrematar, um chefe centralizador um dia saiu do escritório e foi ao estoque. Viu diversos funcionários carregando caixas, organizando o local ... e um outro jovem parado num canto, com um boné e ouvindo seu MP3.
- Quanto você ganha ? – lascou o patrão aos berros
- Eu ?!? Eu ganho 600 reais – disse tremendo ...
O patrão enfiou a mão no bolso tirou 600 reais e disse para ele ir para sua casa e que em horário de trabalho ele não poderia fazer o que estava fazendo. Por curiosidade, o patrão perguntou :
- O que você faz neste setor ?
O rapaz curto e grosso :
- Sou entregador. Vim trazer a pizza do almoço dos seus funcionários ...
Edmundo Floss é consultor na área de atendimento (http://edmundofloss.blogspot.com)
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