quinta-feira, 10 de março de 2011

Protesto no Dia Mundial da Saúde – 7 de abril

O Conselho Regional de Odontologia do Estado de São Paulo (CROSP) convida os cirurgiões-dentistas paulistas para uma paralisação que deverá acontecer no dia 07 de abril em protesto aos honorários pagos pelas operadoras de plano de saúde odontológico.

Um dos graves problemas enfrentados atualmente pelos cirurgiões-dentistas é a baixa remuneração oferecida pelos planos de saúde. E a solução para essa situação é uma das prioridades do CROSP.
Nessa estratégia de ação, convidamos os cirurgiões-dentistas a promoverem um protesto no Dia Mundial da Saúde, em 07 de abril, paralisando as suas atividades profissionais no atendimento dos conveniados, realizando apenas os atendimentos de urgência.

“É importante que a população em geral, e nossos pacientes em particular, tomem conhecimento desse aviltamento promovido pelos planos. Por isso, sugerimos aos inscritos essa manifestação pública. E não existe dia melhor do que o Dia Mundial da Saúde para esta paralisação, já que não existe saúde plena sem a saúde bucal”, explica o Dr. Emil Adib Razuk, presidente do CROSP.

Participamos ativamente da criação da nova Comissão Nacional de Convênios e Credenciamentos que deverá nortear o rumo das negociações em nosso Estado no que concerne a remuneração dos cirurgiões-dentistas credenciados.

O Conselho adotou a estratégia de realizar reuniões com as operadoras a fim de discutir várias questões. “Obviamente insistiremos junto às empresas, que as mesmas modifiquem o seu olhar para esta questão. O aviltamento dos honorários pagos aos cirurgiões-dentistas gera uma legião de insatisfeitos. É uma questão de bom senso”, finaliza o Dr. Emil.

Acompanhem mais informações sobre a paralisação no clipping e no site do CROSP.

Nossa força individual quando somada a outras forças tem poder de modificar um panorama. Junte-se a nós!

Tratamento dentário vira reivindicação em negociação trabalhista


Nos últimos dez anos o setor de planos odontológicos registra aumento estimado em 460%, mas isso ainda não foi suficiente para garantir o acesso a uma saúde bucal para a maioria da população.

Em 2000, por exemplo, o número de beneficiários no país totalizava 2,43 milhões, passando para 13,64 milhões no ano passado. Esse salto supera em mais de dez vezes a expansão obtida pelos planos de assistência médica.

"Os planos odontológicos hoje já são o terceiro maior benefício reivindicado nos dissídios coletivos. É o segmento que mais cresce dentro da saúde suplementar", garante Carlos Roberto Squillaci, presidente do Sindicato das Empresas de Odontologia de Grupo (Sinog). Para se ter uma ideia, apenas 15,8% dos planos exclusivamente odontológicos são contratados por pessoas físicas.

Pelos seus cálculos, o mercado de assistência odontológica privada é um filão que ainda tem muito a ser explorado. "Apenas cerca de 7% da população tem um plano odontológico", informa Squillaci. Dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) apontam que as 384 operadoras de planos odontológicos autorizadas para funcionamento no mercado, juntas, somaram uma receita da ordem de R$ 1,1 bilhão em 2010. Em 2003, o faturamento fechou em cerca de R$ 499 milhões.

Líder no ramo, com um terço desse mercado, a OdontoPrev fez sua primeira oferta pública de ações (IPO; sigla em inglês) já há quatro anos. "O lucro líquido da empresa passou de R$ 17 milhões no terceiro trimestre de 2009 para R$ 40 milhões em igual período do ano passado, aumento de 135%", diz Randal Zanetti, diretor presidente da companhia. A explicação do presidente se resume em dois pontos - o segmento é restrito e tem preço acessível. " O plano odontológico tem potencial para atingir camadas sociais C e D", diz.

Ao contrário dos planos de saúde, os odontológicos levam outra vantagem, a de não serem vendidos por faixa etária, segundo José Mário Morais, secretário geral do Conselho Federal de Odontologia. "A prevenção em odontologia dá resultado melhor", afirma.

Há 23 anos no mercado, a OdontoPrev decidiu, desde 1998, aproveitar as boas oportunidades oferecidas por um mercado ainda pulverizado. As duas últimas transações ocorreram em 2009, quando adquiriu a Bradesco Dental. "Já a parceria com o Banco do Brasil tem como objetivo construir uma joint venture para operar nos canais do banco. São movimentos estratégicos para tornar o processo acessível", explica. Segundo ele, dos 4,5 milhões de beneficiários 90% correspondem a planos empresariais. "As parcerias com Bradesco e BB visam maior acesso às pequenas empresas." No triênio 2007/2010 a companhia desembolsou R$ 100 milhões em compras.

Segunda colocada no ranking, com 9% de market share, a Interdont, há 17 anos no ramo, aposta na mesma estratégia do concorrente para ganhar mercado. "Adquirimos a Plena Dental no Paraná em 2008 e no ano seguinte a Odonto Clínica, em São Paulo, além da Interdont no Nordeste. As aquisições sempre nos interessaram", conta José Antonio Molinari, diretor presidente da empresa. Com uma receita estimada em R$ 190 milhões neste ano frente aos R$ 131 milhões obtidos em 2010, Molinari observa que o comportamento da população brasileira teve uma mudança na última década. "As pessoas estão mais preocupadas com a prevenção e a estética. Outro fator responsável pelo incremento do setor foi o aumento do poder aquisitivo das classes C e D", diz.

Nem bem chegou ao mercado e a MetLife Brasil já conta com 370 mil usuários. "Compramos a Odonto A em 2008 e iniciamos a operação em janeiro do ano seguinte. Nossa meta é atingir um milhão de usuários até 2013", diz Octavio Antonio Filho, diretor de planos odontológicos. Com uma receita de R$ 40 milhões em 2010, a projeção para 2011 é bater nos R$ 60 milhões. "Em 2013 o objetivo é atingir R$ 120 milhões", prevê.

A SulAmérica Seguros e Previdência chegou ao segmento em 2009 e já expandiu sua carteira de clientes. Uma das estratégias é explorar as vendas cruzadas.

Fonte: Valor Econômico/CROSP

Plano odontológico: vale a pena pagar?

Quando vale a pena ter um plano de saúde odontológico? A ProTeste - Associação de Consumidores fez uma pesquisa com 18 convênios odontológicos com abrangência nacional para avaliar como as operadoras se comportam em relação às coberturas, exclusões, autorização para exames, carências e ao reembolso.

Os resultados indicam que a maioria dos planos só cobre os procedimentos básicos, restringe a colocação de aparelhos ortodônticos, impõem períodos longos de carência, além de apresentar diferenças de preços de até 65%. Diante do diagnóstico, o consumidor deve redobrar os cuidados quando decidir contratar essa modalidade de assistência à saúde.

Atualmente, o mercado de planos exclusivamente odontológicos é o que mais cresce na saúde privada. O número de usuários passou de 2,7 milhões em 2000 para 13,8 milhões em 2010. Pernambuco tem 301 mil usuários, terceiro maior mercado do Nordeste. A taxa de cobertura saltou de 2,3% em setembro de 2003 para 7,2% em setembro de 2010. São 384 operadoras com registro na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

A pesquisa da ProTeste mostra que podem ser encontrados produtos para todos os bolsos. O preço da mensalidade nos planos individuais varia de R$ 26 a R$ 105 por pessoa, dependendo do tipo de cobertura. Nos planos coletivos, os preços caem pela metade porque os custos são diluídos pelo número de beneficiários.

Pollyana Carlos Silva, técnica da ProTeste responsável pela pesquisa, diz que vale a pena contratar um plano odontológico se o consumidor tem como objetivo a prevenção. Se a pessoa precisar de tratamento imediato não vai adiantar porque os planos exigem o cumprimento de carência para procedimentos mais complexos. ´Há operadoras que impõem carência de até 120 dias para um tratamento de canal`, diz. Ou você aguenta uma dor de dente por quatro meses ou paga do próprio bolso.

A técnica da ProTeste orienta o consumidor a identificar o seu perfil e da sua família antes de contratar um plano odontológico. Até porque as pessoas criam uma expectativa na contratação e quando precisam usar os serviços se deparam com as restrições de atendimento. Por exemplo: os planos não cobrem tratamentos estéticos e branqueamento dos dentes. Tem mais. No teste realizado com 18 produtos, a grande maioria não inclui a colocação de aparelhos ortodônticos.

Outro detalhe importante: desconfie dos planos dentários muito baratos porque eles só têm as coberturas básicas. Como a diferença de preços entre os produtos é grande, Pollyana recomenda que o consumidor avalie se vale mais a pena contratar um plano odontológico ou optar por um plano de saúde que inclua a assistência dentária.