terça-feira, 11 de setembro de 2012

Queixa contra plano odontológico cresce 22%


Governo federal e órgãos de defesa do consumidor registram aumento de queixas contra planos odontológicos. No primeiro semestre de 2012, aumentou em cerca de 22% a quantidade de reclamações na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), na comparação com o mesmo período do ano passado. As queixas, que eram 301 na primeira metade de 2011, saltaram para 368 entre janeiro e junho deste ano. O índice de reclamações também aumentou no Procon-SP. Foram 401 registros no primeiro semestre de 2012 contra 387 no mesmo intervalo de 2011.

Os dados mostram, em parte, o aquecimento do setor de seguros odontológicos, que tem crescido mais do que o de planos de saúde convencionais. Entre abril e junho deste ano, a quantidade de segurados para redes de atendimento odontológico aumentou 1,66% em relação ao mesmo trimestre de 2011. Já são 17,3 milhões de consumidores em todo o País. No mesmo período, o número de segurados de planos de saúde tradicionais cresceu apenas 0,79%, segundo a ANS.

Os contratos para esse tipo de serviço têm termos muito específicos. Normalmente, o vendedor ou corretor atrai clientes criando expectativas que não correspondem ao que consta no documento. “É de difícil entendimento mesmo”, alertou a diretora de atendimento do Procon-SP, Selma do Amaral, em entrevista ao Jornal A Tarde. Por isso, problemas com contratos e com cumprimento do que é ofertado lideram o ranking de queixas do Procon contra operadoras de saúde odontológica.

Do outro lado dos problemas com operadoras de saúde odontológica, os profissionais da área também dizem sofrer abusos. “Trata-se de mão de obra qualificada, mas contratada a um preço mínimo”, disse a conselheira secretária do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo, Maria Lucia Zarvos Varellis. A autarquia fiscaliza dentistas atuantes no Estado. “Menos de 40% do valor faturado pelas operadoras brasileiras, que foi de R$ 1,6 bilhão em 2010, é repassado para os profissionais, só R$ 627 milhões. Afeta qualidade do atendimento”.