sábado, 10 de novembro de 2012

Presença de bactéria infecciosa na boca indica risco de câncer de pâncreas

Pesquisadores da Brown University, nos EUA, descobriram que bactérias orais podem auxiliar o diagnóstico de câncer de pâncreas. A pesquisa sugere que pessoas com altos níveis de anticorpos para a bactéria oral infecciosa Porphyromonas gingivalis têm duas vezes mais risco de desenvolver a doença. Altos níveis de anticorpos para bactérias orais inofensivas, entretanto, previram um risco reduzido de câncer.

O câncer de pâncreas é uma doença de diagnóstico difícil e mata a maioria dos pacientes dentro de seis meses da detecção, sendo responsável por 40 mil mortes por ano nos Estados Unidos. Trabalhos anteriores descobriram ligações entre a doença periodontal e o câncer pancreático. No entanto, o estudo atual é o primeiro a testar se os anticorpos para bactérias orais são indicadores do risco desse tipo de câncer.

Dominique Michaud e Jacques Izard se basearam em registros médicos e amostras de sangue coletadas de mais 380 mil participantes de 10 países. Os pesquisadores descobriram 405 pessoas que desenvolveram câncer de pâncreas, mas nenhum outro tipo de câncer, e que tinham amostras de sangue disponíveis.

Eles também selecionaram 416 pessoas demograficamente semelhantes que não desenvolveram câncer no pâncreas para comparação. A equipe, então, mediu as concentrações de anticorpos para 25 bactérias orais infecciosas e inofensivas. Eles descobriram que a presença de anticorpos para a bactéria Porphyromonas gingivalis dobrou o risco de câncer.

Os resultados mostraram ainda que a presença de anticorpos para bactérias inofensivas foi associada a um risco 45% menor de câncer de pâncreas. Apesar dos resultados promissores, os pesquisadores ressaltam que mais pesquisas são necessárias para comprovar a associação entre bactérias orais e câncer de pâncreas.